Evolução
Sim, estamos evoluindo
Já, já descobriremos a cura para o câncer
Um carro mais veloz
Um coração metálico
Um inseticida mais feroz
Capaz de matar não só insetos
Gozaremos até mais
Teremos corpos perfeitos
Inteligência demais
Descobriremos que Deus não existe
Pois estaremos abandonados
Entregues à própria sorte
Ou ao próprio azar
À sorte do outro
Aos azares dos outros
Vamos fazer essa Terra ficar quadrada
Medonha
Moldada como barro
E ao avistá-la de outra galáxia
O Arqueólogo dirá:
Ali jaz um povo atrasado.
domingo, 29 de março de 2009
sábado, 21 de março de 2009
Os velhinhos
Os motoristas dessa cidade não costumam parar nos cruzamentos e nem nas faixas. Acho isso uma falta de respeito, principalmente quando se trata de idosos, gestantes e crianças. Eu sempre paro, como parei ontem, por volta das 18 horas, para um casal de idosos. Tão lindos, mãos dadas, lembrei dos meus avós, não pelas mãos dadas, mas por que não os tenho mais. Continuando, foi naquele cruzamento atrás da igreja, em frente à padaria. Parei a minha picape e fiquei esperando a dupla de velhinhos passar lentamente. No DVD um som do Claude Debussy, Nelson Freire ao piano. Os velhinhos passaram. Impressão minha ou eles não agredeceram? Não, não agradeceram. Saí cantando pneus e dei a volta no quarteirão. Novo cruzamento. Lá vem o casal. Tirei Nelson/Debussy e sintonizei uma rádio local. Tocava funk proibidão. Os velhinhos vinham. Mãos dadas. Reduzi a marcha. Os velhinhos eram tão unidos que colocaram ao mesmo tempo os pés na faixa de pedestre. Mas nessa cidade os motoristas não param nem na faixa de pedestres.
Eu vi hoje pela manhã uma linda camisa do Fluminense Futebol Clube
Que morena
Que pernas bem torneadas
Que olhos verde-água-do-mar-de-Arraial do Cabo
Cabelos encaracolados
Seios que mais pareciam duas ameixas-do pará
Uma cinturinha - se ainda existe o termo - de pilão
Ah se eu não fosse vascaíno há tanto tempo!
Que morena
Que pernas bem torneadas
Que olhos verde-água-do-mar-de-Arraial do Cabo
Cabelos encaracolados
Seios que mais pareciam duas ameixas-do pará
Uma cinturinha - se ainda existe o termo - de pilão
Ah se eu não fosse vascaíno há tanto tempo!
sexta-feira, 20 de março de 2009
Na Grande Belém
À sombra da mangueira
Deixei o meu bem.
_____________
Se um dia voltar
À Sacramenta é para
Sacralamentar
Metade de mim
ficou em algum lugar
a outra metade vagueia por aí
sem rumo, sem destino,
até reencontrar a outra metade
ou chegar a conclusão
de que sou na verdade dois,
até reencontrar a outra metade
ou chegar a conclusão
de que sou na verdade dois,
três, dez, ou sequer um.
A minha outra metade
me encontrou, mas não me reconheceu,
achou-me tão estranho
e disse que esse não sou eu.
Meu coração sístole Belém
Diástole Arraial
Tem dias que vai muito bem
Noutros, muito mal
Em Praia Grande choro Guajará
Quem sabe minhas lágrimas formam um rio
E eu esqueço Belém do PARÁ.
....................................................
Senti daqui
o cheiro de patchuli
Lógico que isso é mentira
Mas a verdade é que o Pará me inspira
quarta-feira, 18 de março de 2009
segunda-feira, 16 de março de 2009
Poeminha triste
sexta-feira, 13 de março de 2009
quinta-feira, 12 de março de 2009
O gato
Começou olhando a rua do lado de cá do muro. Normal, até então.
Dias depois, estava sobre o muro. Achou aquilo muito estranho, mas ainda dava para aguentar, podia ser somente uma mania passageira, dentre tantas outras manias.Mas os dias foram se passando e agora ele caminhava sobre o muro, entre os cacos de vidro e subia no telhado e quebrava as telhas. Caso grave, pois os vizinhos já começavam a comentar. Ela mesma levou-o a um médico de cabeça, pois o mesmo resistia, dizendo não ter nada. Diagnóstico do psiquiatra: na próxima consulta pode levá-lo direto ao veterinário, mas antes passe num pet shop e corte a unha.
Dias depois, estava sobre o muro. Achou aquilo muito estranho, mas ainda dava para aguentar, podia ser somente uma mania passageira, dentre tantas outras manias.Mas os dias foram se passando e agora ele caminhava sobre o muro, entre os cacos de vidro e subia no telhado e quebrava as telhas. Caso grave, pois os vizinhos já começavam a comentar. Ela mesma levou-o a um médico de cabeça, pois o mesmo resistia, dizendo não ter nada. Diagnóstico do psiquiatra: na próxima consulta pode levá-lo direto ao veterinário, mas antes passe num pet shop e corte a unha.
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