terça-feira, 16 de junho de 2009

POEMA UTÓPICO

Quero fazer um poema onde
tudo dê certo
o coração não sofra
a censura não corte
o tempo para
o amor será líquido e certo
ninguém longe
todos perto.

No meu poema, a guerra não entrará
a mãe não chorará
o verão será em dezembro
o outono em março
o inverno em junho
a primavera em setembro.

Nos meus versos a utopia deixará de ser quimera
nos dicionários haverá revisão
nas minhas estrofes Luiz amará Maria
que amará Luiz
que gostará do que faz
que será feliz.

E no final
os pais amarão os filhos
e estes os irmãos
e todos se amarão.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Confira imagens de templos e castelos do Japão - Turismo - Made in Japan

Haiquases






Para cada linha que risco
São três que rabisco
Até em árabe eu risco
os meus arabescos.


Na grávida
Há vida
Hávida.


Meu poema não tem bula
Não é remédio que mata
Ou que cura.


Você ainda vai ver
O meu verso
Invadindo a sua tevê.


Com um jogo de ferramentas
Desmantelo esse dicionário
Faço prosa, faço poema
E ainda sobra vocabulário.


Já transformei a minha cama em leito
Com essa minha mania de poeta
Só para dar rima, até de dia me deito.

terça-feira, 9 de junho de 2009


Quem não deve, não teme

Já estava mais que arrependido de ter tomado as dores do filho numa discussão boba entre adolescentes, principalmente depois de ter descoberto que o jovem era filho do delegado da 999ª DP, campeã no quesito "desaparecimento de presos e indiciados". Dizem as más línguas que nos fundos da delegacia existe até um cemitério. Timbaúba não dormiu naquela noite, e o dia seguinte foi pior ainda. Os amigos, no intuito de gozação, pediam-lhe ora o relógio, ora outra coisa como lembrança. Para evitar não só as brincadeiras, decidiu não sair de casa até que o assunto caísse no esquecimento. Avisou à empregada: "Se algum Sérgio tocar a campainha, diga que não estou, que viajei para Belém, vou ver o Círio de Nazaré. E foi para a oficina - era eletrotécnico - terminar alguns consertos.
Solda aqui, aparafusa alí, triiiiiiiiimmmm, tocam a campainha. O susto foi tão grande que o ferro de solda caiu nos pés, queimando. Prendeu a respiração. Silêncio quase total, só se ouvia os passos da empregada indo; agora vindo.
_ E aí? quis saber.
_ Era o tal do Sérgio. Falei que o senhor foi ver o seu Ciro da dona Nazaré.
_ Círio de Nazaré, a santa padroeira de Belém, mais respeito. Deixa pra lá.
_ Se preocupe não, ele parecia enfezado mas não tava armado, tava com um alicate e uma chave de fenda.
Segundos depois, faltou energia. Timbaúba foi ver o medidor. Colado a este um bilhete: "FAVOR PROCURAR A *CERJ".
*CERJ, atual AMPLA, distribuidora de energia elétrica no interior do Estado do Rio.