sábado, 21 de março de 2009




Os velhinhos
Os motoristas dessa cidade não costumam parar nos cruzamentos e nem nas faixas. Acho isso uma falta de respeito, principalmente quando se trata de idosos, gestantes e crianças. Eu sempre paro, como parei ontem, por volta das 18 horas, para um casal de idosos. Tão lindos, mãos dadas, lembrei dos meus avós, não pelas mãos dadas, mas por que não os tenho mais. Continuando, foi naquele cruzamento atrás da igreja, em frente à padaria. Parei a minha picape e fiquei esperando a dupla de velhinhos passar lentamente. No DVD um som do Claude Debussy, Nelson Freire ao piano. Os velhinhos passaram. Impressão minha ou eles não agredeceram? Não, não agradeceram. Saí cantando pneus e dei a volta no quarteirão. Novo cruzamento. Lá vem o casal. Tirei Nelson/Debussy e sintonizei uma rádio local. Tocava funk proibidão. Os velhinhos vinham. Mãos dadas. Reduzi a marcha. Os velhinhos eram tão unidos que colocaram ao mesmo tempo os pés na faixa de pedestre. Mas nessa cidade os motoristas não param nem na faixa de pedestres.

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