quinta-feira, 9 de abril de 2009

Cadê a picape?

O sujeito parou ao lado do carro e tirou o aviso preso ao limpador. O anotador chegou e disse:
_ Bom dia, o senhor excedeu os dez minutos "de grátis".
_ Quanto é?
_ "Dois real".
_ Eu até pagaria, mas o carro está riscado no paralama. Olhe.
_ Chefia, a prefeitura só cobra o estacionamento, não vigiamos os "veíclos".
_ Mas deveriam. Olha só o prejuízo. Você tem idéia do valor para reparar esse riscado enorme?
_ Não, "sinhor", não tenho. Nem tenho carro, ganho muito pouco aqui, o que ganho não dá nem pr comprá "bicicreta", que dirá carro importado.
_ Pois é, não vou pagar nem um centavo.
O anotador pega o celular e liga para a guarda municipal. Que logo chega.
_ Bom dia, em que podemos ajudá-lo?
O anotador conta a história.
_ Mas quem nos garante que o carro foi riscado aqui?
– pergunta o guarda ao sujeito.
_ Falou bem, daí que eu acho que vocês deveriam ter uma câmera fotográfica, ou uma filmadora em DVD, para ter essa garantia. Assim vocês se resguardariam de quaisquer problemas.
_ Bom, ainda não temos toda essa tecnologia, e fica anotada aqui a sua sugestão. Mas agora o senhor terá que pagar um real ou rebocaremos o veículo. E a multa aqui no município é a mais alta do Brasil, sem contar a diária do depósito, que não é nada barata.
_ Pois podem rebocar, multar e depositar, vou discutir na justiça.
_ Sim, mas antes gostaria de ver os documentos do veículo e os seus documentos. Conheço uma historinha parecida com essa onde, no final, o carro não era de quem discutia com o guarda.
O sujeito apresentou os documentos, e o carro foi mesmo rebocado para o depósito público. O camarada ficou lá no local, como se nada tivesse acontecido . Minutos depois chega a sua mulher, que estava no cartório.
_ Pronto, já averbei a certidão de casamento. Estamos finalmente divorciados. Estou livre de você, sua peste miserável, e já passei a picape para o meu nome... a picape... cadê a picape?!

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